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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

MONOGRAFIA - ATIVIDADE NÁUTICA

NESSA PARTE DO NOSSO TRABALHO MONOGRÁFICO, APRESENTAMOS A CONCLUSÃO E ROTEIROS PARA QUE A BAHIA POTENCIALIZE A EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE NÁUTICA DE LAZER EM TODAS AS SUAS VERTENTES, GERANDO RENDA, EMPREGO E SUSTENTABILIDADE PARA A POPULAÇÃO BAIANA.


JOSEMAR



10. CONCLUSÃO

  
O lazer náutico constitui uma atividade econômica com grande potencial multiplicador de renda, emprego e tributos, ou seja, quando se adquire uma embarcação, antes houve ocupação de um estaleiro para construí-la, logo após, serão adquiridos equipamentos mecânicos e eletrônicos para equipá-la. Na fase operacional do barco haverá a necessidade de contratar os serviços de uma marina e, possivelmente, de um marinheiro. Durante sua vida útil, recursos serão utilizados nos serviços de manutenção preventiva e consertos de avarias.

O litoral Baiano, com 932 km, é o mais extenso do Brasil, com um clima tropical Atlântico e onde estão localizadas a primeira e a terceira baía do País, a Baía de Todos os Santos e de Camamu, respectivamente. Neste cenário, desde o século XVII, prosperava uma intensa indústria naval, de onde saia inúmeros galeões, colocados entre os maiores desse tempo. Mas, hoje o nosso mercado náutico em números relativos está aquém de outros estados com menor potencial.

O governo do Estado, em conjunto com a Prefeitura de Salvador e demais municípios do entorno da Baía de Todo os Santos (BTS), deve promover medidas eficazes, as quais serão listadas adiante, no sentido de potencializar o mercado náutico da Bahia, transformando-o em um rentável segmento econômico, impactando diretamente a qualidade de vida da população do Estado de maneira positiva. Essas medidas, a serem implementadas na BTS, objeto de estudo dessa monografia, devem ser estendidas as demais localidades do Litoral Baiano, no que couber.

a) MARINAS E ATRACADOUROS:
  
1) Proporcionar incentivos financeiros e estruturais, tornando atraente a construção  de marinas por empreendedores privados em locais previamente estudados em relação aos aspectos ambientais e de viabilidade econômica e urbana;

2) Construir estruturas náuticas simplificadas, permitindo o acesso da população  mais carente ao mar. Este é mais um meio de socialização para a náutica;
3) Além das reformas dos terminais marítimos de passageiros já existentes no entorno da Baía de Todos, outros devem ser construídos, facilitando o desenvolvimento do turismo náutico nessa área;

4) Retomar estudos, inicialmente realizados pela CONDER – Companhia de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador, em 1981, quanto a viabilidade de construir um terminal de ferry boat  no interior da Baía de Aratu. Abriria mais uma frente para o turismo náutico.

b) CULTURA NÁUTICA
1) O Governo da Bahia deve não apenas recuperar a memória documental da extinta CNB, também, enquanto há tempo, entrevistar comandantes e tripulantes de navios da mesma, buscando o resgate da memória imaterial. Tudo isso, mais a história da construção naval na Bahia, constituem-se em importante acervo para a implantação de um museu náutico;

2) Construir duas réplicas de cada saveiro já extinto em estaleiros do Recôncavo Baiano, para participarem de regatas diversas no Estado ou outras atividades culturais. Os recursos podem ser alocados junto à iniciativa privada, principalmente aos empreendimentos localizados às margens da Baía de Todos os Santos. Seria uma espécie de bônus cultural que essas empresas teriam com o Estado;

3) Tanto o Governo Estadual como o Municipal devem participar diretamente da organização da Regata de Saveiros João das Botas, pela importância cultural do evento em pró da preservação dos saveiros. A Marinha de Guerra do Brasil é quem atualmente está à frente dessa regata. É relevante a participação de outros veleiros que não sejam saveiros e canoas, as  inscrições cobradas seriam revertidas em premiação aos saveiristas, além de proporcionar maior visibilidade ao evento, o que atrairia mais patrocinadores.

4) Construir uma embarcação clássica armada em escuna, seria um Tall Ship com recursos da iniciativa privada ou de pessoas físicas interessadas em cultivar a cultura náutica no Estado. Essa embarcação, cujo nome deve ser Bahia ou Baía de Todos os Santos, para participar de eventos locais ou internacionais, divulgando a Cultura Baiana e itens da pauta de exportação do Estado.


5) A realização de um festival náutico internacional em Salvador no Verão seria mais um atrativo turístico. O evento pode ter duração de um mês, com regatas, inclusive de Tall Ships, navios à vela clássicos com grande número de tripulantes, pesca oceânica, mergulho contemplativo a naufrágios, salão náutico, círculo de conferências ligados ao mar e outros;


6) Festas a exemplo da Procissão do Bom Jesus dos Navegantes, realizada no primeiro dia do ano, deve promover atividades paralelas, como concurso de ornamentação e animação, o que permitiria mais uma atração para os pacotes turísticos para o ano novo em Salvador.
c) INDÚSTRIA NÁUTICA
  
1) Concessão de incentivos fiscais e de infraestrutura para que estaleiros e indústrias de equipamentos náuticos, a exemplo de coletes salva vidas, cabos diversos, velas, âncoras se instalassem no Estado.

d) SERVIÇOS DE SALVATAGEM
 
O Governo Baiano deve realizar estudo com intuito de criar um grupamento naval no âmbito da Policia Militar com capacidade de efetuar ações de salvatagem e patrulhamento, não só em águas abrigadas como também em águas costeiras. Essa atitude permitiria um maior espectro de segurança aqueles que vão ao mar por lazer ou sustento. Um exemplo similar de relação custo benefício favorável é o grupamento aéreo da Polícia Militar da Bahia.

e) CAPACITAÇÃO TÉCNICA
  
1) Promover estudos para a implantação de curso de graduação em engenharia naval, bem como, de níveis básico e profissionalizante.
2) A Capitania dos Portos do Estado da Bahiadisponibilizar informações detalhadas de caracterização das mesmas, dados estes que servirão não só a esta instituição, como a outros interessados.



JOSEMAR E MARGARIDA

terça-feira, 27 de setembro de 2011

ESTUDO DE CASO: ESTALEIRO FANTÁSTICO

NESTA PARTE DA MONOGRAFIA, RELATAMOS SOBRE A EXPERIÊNCIA DE DOIS IRMÃOS QUE CRIARAM UMA ESTRUTURA NÁUTICA NA ENSEADA DOS TAINHEIROS. GUARDAM, REFORMAM E CONSTROEM EMBARCAÇÕES, ALÉM DE TRABALHOS ARTESANAIS COM RESTOS DE ANIMAIS MARINHO. FAÇA UMA VISITA AO ESTALEIRO FANTÁSTICO, LOCALIZA-SE ADJACENTE AO CLUBE DO SAVEIRO NA RIBEIRA. E NÃO SE ESQUEÇA: COMPRE UM BARCO E CURTA O PRÓXIMO VERÃO.


JOSEMAR



Um caso emblemático do segmento náutico da Bahia é o Estaleiro Fantástico, o qual foi visitado e pesquisado. Localizado na Ribeira, próximo do Saveiro Clube, essa estrutura, nascida na informalidade há 25 anos, tem a frente de todo o processo, dois irmãos, Fanta e Tico (como eles são conhecidos) (figura 24), filhos de pescador, que transformaram um objetivo em realidade, sem contar com apoio governamental ou de outra espécie. O lugar é um misto de estaleiro e marina, contando com uma área utilizada para exposição de miniatura de embarcações e carcaça de animais marinhos encontradas em ilhas da BTS.



            
                      Fanta e Tico realizando reforma na cabine de um veleiro
                                   casco de aço (da esquerda pra direita)
                                       Fonte: Realizada pelos autores



O Estaleiro Fantástico tem espaço em piers e em seco (figuras 25 e 26) para guarda de embarcações, podendo efetuar também consertos de motores, trabalhos de carpintaria, construção em madeira e fibra de vidro, inclusive, produzir barcos em série, já utilizados em diversas colônias de pescadores na orla de Salvador.
    

                                    
                                             Estaleiro Fantástico: pier
                                        Fonte: Realizada pelos autores                 

 
O grande diferencial desse projeto, além da vontade de Fanta e Tico de levá-lo à frente, é o trabalho de inclusão social desenvolvido em sua dependência. Os jovens da área dos alagados e adjacência são treinados em diversos ofícios náuticos: carpintaria, fibra de vidro, mecânica, técnica de calafetar, dentre outras, recebendo ajuda de custo pelas tarefas executadas.


                         
Vista área do Estaleiro Fantástico e o Pier do Saveiro Clube à direita
Fonte:Google Earth
                         
                                 

Iniciativas semelhantes a do Estaleiro Fantástico devem ser apoiada tanto pelo governo estadual e municipal, como também por segmentos da sociedade que tenham interesse em preservar a cultura náutica na Bahia.



MARGARIDA E JOSEMAR







           

terça-feira, 23 de agosto de 2011

INCENTIVO FISCAL PARA A IMPLANTAÇÃO DE MARINAS E ESTALEIROS

A atividade náutica de lazer, além de proporcionar deleite aos seus participantes, é uma atividade econômica geradora de renda, emprego e impostos em toda sua cadeia de serviços, conforme procura discernir este trabalho monográfico. Fomentar essa atividade não se traduz apenas em implantar estruturas náuticas induzindo o crescimento do número de embarcações, se faz necessário também que se construa às mesmas, evitando a transferência de renda para outras regiões.

A Bahia é hoje um dos maiores mercados náuticos do país, atrás, em ordem decrescente, de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília – Lago Paranoá. Isso em número de embarcações registradas, mas quando se muda o foco para quantidade de embarcações construídas, a posição relativa do estado fica atrás de várias unidades da Federação, inclusive do Nordeste. Configura-se um cenário onde a Bahia transfere riqueza para as regiões onde se localizam esses estaleiros.

No capítulo cinco relatou-se que o Governo do Estado quando criou o CENAB, com o intuito de desenvolver a náutica de lazer, falhou na meta de consolidar a Bahia como um centro construtor de embarcações de lazer no País. A leitura que se faz, é que não houve um entrosamento entre secretarias de estado no sentido de utilizar mecanismo de política fiscal, não só atraindo a vinda de investimentos para a implantação de estaleiros, como também para fábricas de equipamentos de salvatagem e outros acessórios náuticos.

É perceptível que, em virtude da deficiência histórica de estruturas logísticas do Nordeste Brasileiro associada a um mercado consumidor de reduzida renda per capita em relação às Regiões Sudeste e Sul, a Bahia deve atuar pragmaticamente na busca de investimentos produtivos, tendo em vista o cenário de Guerra Fiscal.

Incentivo via redução de imposto sobre circulação de mercadoria e prestação de serviços( ICMS), incidente na indústria náutica de lazer é um começo para atrair empresas e solidificar as já implantadas. O Governo da Bahia ainda não percebeu a importância econômica de uma política fiscal para esse mercado, pois a alíquota de ICMS incidente sobre embarcações e similares no Estado é de 27% (GOVERNO DA BAHIA, 2009), enquanto isso o Governo do Rio de Janeiro reduziu a alíquota de 25% para 7%, a partir de fevereiro de 2009 (REVISTA NÁUTICA, 2009, pág. 40). Isso traduz o reconhecimento que esse Governo deu a esse segmento como gerador de emprego e renda. 

Conceder isenções de impostos, ceder áreas para implantação de estaleiros e oferecer soluções logísticas e mão-de-obra são ofertas válidas para atrair empreendimentos produtivos, pelo menos até a União sinalizar verdadeiramente intenção de aplicar políticas compensatórias visando promover o desenvolvimento do Nordeste Brasileiro, sanando assim a dívida histórica do País com essa região.


JOSEMAR E MARGARIDA




sexta-feira, 19 de agosto de 2011

MONOGRAFIA - UMA ANÁLISE BREVE DA ATUAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA NA ATIVIDADE NÁUTICA DE LAZER PARTE IV


Portanto, percebe-se que se está perdendo recursos econômicos e financeiros na relação de trocas com outras regiões no segmento da náutica de lazer. A produção artesanal de embarcações, em sua maioria armadas em escunas, oriundas de diversos estaleiros localizados na BTS, Valença e Baía de Camamu, vendidas para outros estados e em menor escala para o exterior e mercado local, não tem peso suficiente para contrabalançar o déficit nas relações de trocas entre a Bahia e outros estados nesse segmento produtivo.
                     
                                               ESTALEIRO ARTESANAL - CAMAMU - BAHIA
                                 http://veleirofirulete.blogspot.com/2010/08/camamu.html


                                               ESTALEIRO ARTESANAL - CAMAMU - BAHIA
                                http://veleirofirulete.blogspot.com/2010/08/camamu.html


                           ESTALEIRO ARTESANAL - CAMAMU - BAHIA
                          http://veleirofirulete.blogspot.com/2010/08/camamu.html


                            ESTALEIRO ARTESANAL - CAMAMU - BAHIA
                                 http://veleirofirulete.blogspot.com/2010/08/camamu.html


                                    CANOA CONSTRUIDA DE UM SÓ PAU - CAMAMU - BAHIA
                                           http://veleiroeasygoing.blogspot.com/


Um outro exemplo prático é a construção de duas embarcações no estado de Santa Catarina para atender a atual concessionária do serviço de ferry boat da travessia aquaviária entre Salvador e Ilha de Itaparica, quando as mesmas poderiam ser construídas em estaleiros baianos, a exemplo do Corema que dispõem de infraestrutura necessária. Além desse fato, essa concessionária doca suas embarcações no vizinho estado de Sergipe.

                   FERRY "IVETE SANGALO" CONSTRUIDO EM SANTA CATARINA


A área de planejamento do Governo Estadual deve diligenciar esforços entre a Secretaria de Indústria e Comércio e a Secretaria da Fazenda no sentido de implementar mecanismo de política fiscal, gravando a entrada de barcos novos em território Baiano, construídos em outras unidades da Federação e simultaneamente oferecer incentivos fiscais a esses estaleiros para se instalarem aqui. É a prática de política de emprego e renda, e acima de tudo, defesa dos interesses do Estado. 


O CENAB foi dissolvido em 2007, em troca o atual Governo sinaliza nova investida em relação ao desenvolvimento do segmento náutico de lazer no Estado, preconizada pelo
Decreto nº 11.125 de 03 de julho de 2008, que institui grupo de trabalho com essa finalidade. Espera-se que este novo ato venha realmente dar contorno estruturante a náutica de lazer no Estado.

Tudo que foi relatado neste capítulo, para gerareficácia se faz necessário a presença de profissionais de nível elementar a especializado, oferecendo suporte ao desenvolvimento da atividade náutica de lazer. O Governo do Estado da Bahia deve realizar gestões junto às Universidades Estaduais e Federais no sentido de criar curso superior de engenharia naval, que atenderia não só a construção de embarcações voltadas ao lazer náutico, mas também aos estaleiros de embarcações de grande porte. Nesse contexto não pode ser relegado os cursos profissionalizantes nessa área. A Universidade Federal da Bahia está implementando a criação do curso de Engenharia Naval, a nível especialização, lato sensu. É uma iniciativa importante, não desprezando a criação do curso de graduação em Engenharia Naval



MARGARIDA E JOSEMAR
 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

MONOGRAFIA - UMA ANÁLISE BREVE DA ATUAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA NA ATIVIDADE NÁUTICA DE LAZER.- PARTE III

A ausência de estímulo também ocorre em relação às canoas, as quais geralmente pertencem a nativos residentes nas diversas ilhas da BTS ou no seu entorno, que vivem da pesca; não possuindo recursos financeiros necessários para trazer a reboque suas embarcações dos seus portos ao local da competição, cuja largada se dá em frente à praia do Porto da Barra, ou perder um dia de atividade pesqueira sem recompensa.

Mediante cobrança de taxas de inscrição, veleiros não tradicionais poderiam participar da Regata João das Botas. Esses recursos seriam revertidos aos saveiristas. Essa é outra forma de oferecer maior grandeza e visibilidade a essa competição e com isso atrair maior número de patrocinadores para o evento, ampliando também a faixa de premiação e assim, incentivando a vinda de maior número de embarcações clássicas.

A exemplo da Holanda, um barco de valor histórico tem um padrinho que o mantém, podendo ser uma instituição ou cidadão que tenha condições financeiras e reconheçam a importância em preservar a cultura ligada ao mar. O Governo Estadual deve avaliar a inclusão desta ação em seus objetivos para o setor náutico.

A estruturação de um festival náutico em Salvador, no mês de janeiro ou fevereiro, antes do início do carnaval baiano, constitui-se em uma interessante forma de atrair um maior número de visitantes a Bahia no verão. O formato desse evento seria: regatas de barcos clássicos locais, escunas, saveiros e canoas típicas; regatas de monotipos e veleiros de oceano; atividades de mergulho contemplativo de naufrágios e campeonato de caça submarina no interior da BTS e arredores; campeonato de pesca oceânica; salão náutico para barcos novos e usados; convites para tall ships (grandes veleiros clássicos), de diversas nações, onde os mesmos participariam de um desfile naval em águas da BTS e de uma regata a Ilhéus ou Porto Seguro.

                                                                         TALL SHIP
                                  http://nellsfarmhouse.blogspot.com/2011/03/tall-ships-are-coming.html

                                                      TALL SHIP EM FESTIVAL NÁUTICO
                                   http://allburrica.blogspot.com/2010/12/tall-ships.html

A relação custo-benefício de um evento dessa natureza é altamente favorável, pois a organização do mesmo seria partilhada entre o Governo do Estado, município e a atividade privada. O fluxo de visitantes durante o festival seria intenso, principalmente dos tripulantes dos Tall Ships[1], figura 22 e, por conseqüência, a Bahia firmaria sua marca no mundo náutico.                           
  
Outro vazio de atuação do CENAB foi o fomento a instalação de estaleiros para construção de embarcações de recreio em terras baianas, evitando a fuga de recursos financeiros quando um baiano adquire um barco em outro estado. Hoje não possuímos nenhum estaleiro produzindo lanchas em nosso território. Veleiros são produzidos em apenas um estaleiro, que constrói multicasco voltado para o público de alto poder aquisitivo. Um agravante foi à perda do Estaleiro Perimar para o Rio de Janeiro. Essa unidade construía lanchas na faixa de 26 pés a 40 pés. Seus produtos eram bem aceitos no mercado, inclusive em outros estados. Ao invés do mesmo se relocar da periferia de Salvador para o propalado Condomínio Náutico, ele foi para fora do Estado.

Enquanto isso, na Região Nordeste, Alagoas, Pernambuco e Ceará, contam com estaleiros produzindo não só lanchas de médio e grande porte, como também grandes iates com autonomia para travessias oceânicas, sendo que a soma do PIB desses Estados é inferior ao da Bahia. Além disso, Santa Catarina que possui um pequeno litoral e clima não tão favorável à prática do lazer náutico, exporta diversos modelos de embarcações para a Bahia.



[1] Navios à vela clássicos


MARGARIDA  E  JOSEMAR


MONOGRAFIA - UMA ANÁLISE BREVE DA ATUAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA NA ATIVIDADE NÁUTICA DE LAZER.- PARTE II

Nestes 10 anos de atuação do CENAB, algumas metas foram atingidas in totum ou de forma parcial, enquanto outras tiveram resultados negativos. A atração de regatas foi um desses objetivos cujo resultado foi plenamente alcançado. Alguns dos mais importantes eventos do mundo náutico têm hoje a cidade de Salvador como destino ou passagem de seus veleiros. Os atrativos dos mares baianos e os aspectos culturais e naturais circulam hoje pelo mundo em artigos veiculados em revistas náuticas, oferecendo maior visibilidade às excepcionais condições da BTS e do restante do litoral baiano para a prática do lazer e esportes náuticos. Dessa forma, mais visitantes serão atraídos para a Bahia, aumentado o fluxo de divisa na economia local.

O Raliye des Iles du Soleil, um dos mais importantes desses eventos, aporta todos os anos em Salvador, durante o mês de dezembro, desde 1996, ficando até a semana do Carnaval. A participação gira em torno de 30 veleiros, com uma média de 4 tripulantes por barco. Não é uma regata, é um cruzeiro coletivo, onde os barcos partem da França com escalas nas Ilhas Canárias, Dakar no Senegal e Cabo Verde, descendo o Atlântico Sul até Salvador. O que caracteriza esse evento é a prolongada estadia na capital baiana, de onde os tripulantes vão em busca de outros pontos turísticos do Estado.

                                             Raliye des Iles du Soleil - SALVADOR - BAHIA
           http://tangatamanu.wordpress.com/2011/03/04/o-que-podemos-aprender-com-o-rallye-iles-du-soleil/


A Jacques Vabre é uma regata de alta performance, com ampla cobertura da imprensa especializada, realizada de 2 em 2 anos. O local de partida é a cidade de Le Havre na França, com chegada em Salvador – Bahia. Competem 5 classes de barcos, cada uma com 2 tripulantes, entre monocasco e multicasco.

                                            BARCO DA JACQUES VABRE - SALVADOR - BAHIA
 http://www.comunicacao.ba.gov.br/conteudo/paginas/ciclo-de-regatas-na-bahia-veleiro-foncia-vence-classe-imoca-na-jaques-vabre/

Outra competição, a Transat 6.50, a exemplo da Jacques Vabre é realizada de 2 em 2 anos, no mesmo período. Partida de Fort-Boyard, França, com escala na Ilha da Madeira e depois Salvador. É uma regata em solitário, corrida com barcos de 6,50 m.

                                   BARCOS DA TRANSAT EM SALVADOR - BAHIA
http://www.comunicacao.ba.gov.br/fotos/2007/10/30/alunos-do-colegio-vale-dos-lagos-visitam-velejadores-da-regata-transat-6-50/alunos-do-colegio-vale-dos-lagos-visitam-velejadores-da-regata-transat-6-50-3/view

Em 2006, o CENAB captou outro evento; a antiga regata Cidade do Cabo / Rio de Janeiro, hoje denominada Cidade do Cabo / Salvador. É uma regata aberta à participação de diversas classes, desde barcos de cruzeiros, mais lentos, a modernos veleiros de regatas. A largada acontece na Cidade do Cabo, na África do Sul, vindo direto para Salvador.

Em contrapartida, a captação desses eventos internacionais, o CENAB relegou a um segundo plano a promoção das competições náuticas locais, principalmente as vinculadas às tradições culturais dessa cidade. Não operacionalizou entre as suas metas de trabalho a preservação da memória náutica da Bahia com foco nos saveiros e na arte naval empregada para construí-los e recuperação de acervo documental da CNB.

O exemplo mais significativo dessa situação é a Regata João das Botas. Criada em 1969 pela Marinha de Guerra do Brasil (MB) como instrumento para a preservação dos saveiros (figura 20), nesse momento, já em franca decadência, correndo risco de extinção. O nome do evento é uma homenagem a João das Botas, que desempenhou importante papel como comandante da eclética frota de embarcações locais que duelou contra os navios portugueses nas batalhas pela Independência da Bahia. A iniciativa da Marinha de Guerra do Brasil acrescenta, mas em virtude da importância do saveiro para nossa história e cultura, quem deveria estar à frente de um evento dessa natureza tem que ser o Governo Baiano.

                                                            REGATA JOÃO DAS BOTAS

                                     http://blog.abvc.com.br/page/7/  
                                                  
A Regata João das Botas em diversas ocasiões não foi realizada por falta de patrocínio ou apoio de outras entidades. Participam desse evento saveiros de vela de pena e de içar; escunas e canoas. Nas últimas edições foi notória uma participação insignificante de escunas e canoas (figura 21). As escunas são barcos de geometria naval clássica e quando a todo pano, ou seja, com todas as velas içadas, oferecem um belo espetáculo plástico àqueles que estão assistindo a competição náutica. Não competem mais em virtude dos custos para manter de prontidão um barco de grande porte, como são as escunas, sem estímulo aos seus proprietários ou aos mestres. Nesse momento é que deveria entrar o Estado em auxílio a MB, criando fórmulas que viabilizem a participação das escunas na Regata João das Botas, oferecendo prêmios aos seus mestres e marinheiros ou ajuda de custo aos proprietários.             
                   

                                                          ESCUNA DA BAHIA



                                                               CANOA TÍPICA DA BAHIA
                                       http://tangatamanu.wordpress.com/2011/01/


                                              REGATA JOÃO DAS BOTAS
                                   http://www.nectonsub.com.br/wordpress/archives/5276
                          
                                            REGATA JOÃO DAS BOTAS
                                 http://www.nectonsub.com.br/wordpress/archives/5276



MARGARIDA E JOSEMAR
                                    





                         

MONOGRAFIA - UMA ANÁLISE BREVE DA ATUAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA NA ATIVIDADE NÁUTICA DE LAZER.- PARTE I

O diagnóstico que se pode traçar em relação às instituições públicas da Bahia quanto às atitudes efetivamente tomadas em direção ao desenvolvimento da atividade náutica de lazer, buscando agregar renda e emprego ao Estado, é a ausência de planejamento governamental nesse sentido, pelo menos até a criação do Centro Náutico da Bahia (CENAB) em 1996.


A Bahia não desenvolveu as diversas vantagens comparativas citadas no capítulo três em relação às Unidades da Federação dotadas com litorais marítimos, áreas fluviais e lacustres. Convivemos com ausência de atitudes por parte da sociedade em cobrar dos governantes ações e políticas públicas que potencializem o desenvolvimento econômico que esta atividade e os efeitos multiplicadores que poderiam trazer ao Estado.


A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (CONDER) contratou entre os 1980 e 1982 diversos estudos de consultoria para verificar a viabilidade técnica e econômica de implantação de terminais hidroviários e projeto de embarcações, para atender diversas localidades do recôncavo baiano, inclusive Salvador, a serem utilizados no transporte de passageiros, cargas e barcos particulares. Pouco foi realizado, e a aplicação de recursos públicos empregados nesses contratos de consultoria e outros esforços foram perdidos.

Entre esses projetos, destacam-se: a construção de um terminal para movimentar materiais de construção na Baía de Aratu; um novo terminal de Ferry Boat, também em Aratu; projeto de uma embarcação com capacidade para 630 passageiros e um terminal na Enseada dos Tainheiros, ligando o bairro da Ribeira à Plataforma, que inclusive foi o único que entrou em operação.

Outra investida nessa área, dessa vez na esfera da Prefeitura de Salvador, também congelado, é o projeto Via Náutica que englobava a construção de diversas estruturas náuticas ou piers entre a Ribeira e o Porto da Barra. Pelas características dos atracadouros, tomando como base o único construído e não utilizado em 2000, situado na Ponta do Humaitá, Península de Itapagipe, a função dos mesmos era atender o fluxo turístico e não o transporte convencional de passageiros.


Em dezembro de 1996, o Governo do Estado da Bahia, mais sensível à importância da atividade náutica de lazer como indutor de renda e emprego e diante das vantagens comparativas do litoral baiano, particularmente a Baía de Todos os Santos, criou o Centro Náutico da Bahia (CENAB), associação civil de caráter privado, sem fins lucrativos, sob a forma de organização não-governamental (ONG) (LOUREIRO, 2004).

 "O Centro Náutico da Bahia (CENAB) foi criado, por decreto, pelo Governo do Estado da Bahia, em dezembro de 1996, durante a gestão do governador Paulo Souto. Inicialmente vinculado à Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração, o seu objetivo é o de desenvolver o segmento náutico no Estado. À medida que o trabalho do CENAB cresceu sua administração, a cargo de um grupo especial de trabalho, foi se tornando cada vez mais difícil. Para contornar as dificuldades vislumbraram-se duas alternativas: criar uma estrutura própria dentro do Governo (o que ia de encontro ao pensamento vigente de descentralização do Estado) ou transformá-lo em entidade não governamental, com o respaldo do governo com o principal mantenedor, para conduzir a política de desenvolvimento da atividade náutica (ZACARIAS, 2002, apud LOUREIRO, 2004, p.51). [...] O caminho escolhido foi o segundo: criou-se uma associação civil de caráter privado, sem fins lucrativos, sob a forma de organização não governamental. Essa ONG colocou a Bahia como pioneira ao estruturar esse programa específico para o desenvolvimento da náutica. O trabalho de captação e recepção de regatas e rallyes internacionais gerou todo o programa que vem se desenvolvendo nessa área, na Bahia (LOUREIRO, 2004, p.51)."

O plano de trabalho do CENAB se direcionou num primeiro momento na atração de regatas, tendo como escala a capital baiana. Essa estratégia visualizava o nicho de visitantes ligados a este segmento, não só os tripulantes dos veleiros, mas também repórteres de revistas e jornais especializados no assunto, dando visibilidade à Bahia no cenário globalizado da náutica, aumentando no futuro, o número de embarcações navegando no litoral ou atraindo novos eventos.


Outra meta foi à inserção de menores carentes no mundo da vela, através do aprendizado em barcos optimist, laser, e outros. A escolha desses aprendizes se daria por critérios que iam da freqüência escolar a um satisfatório rendimento pedagógico.

O CENAB também promoveu a construção de embarcações de lazer em solo Baiano. Nos Galpões da Petrobrás, localizados na Avenida Jequitaia, cedeu áreas aos empreendedores com o intuito de montar pequenos estaleiros. Logo que esses empreendimentos atingissem uma maior escala de produção, seriam alocados na Baía de Aratu, onde o maior espaço físico livre, permitiria não só a diversificação do leque de modelos oferecidos, mas também, o aumento no porte das embarcações produzidas.


Por último, foram implementados cursos básicos na arte da construção naval, visando à implementação de mão-de-obra apta a atuar na incipiente indústria náutica baiana. Ressalta-se convênio que foi assinado com a Association Du Grand Pavois da França, com o intuito de passar tecnologias à Bahia na área náutica. A França é o país com maior desenvolvimento no setor de veleiros de cruzeiros.


MARGARIDA E JOSEMAR



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

MONOGRAFIA - EVOLUÇÃO ESTRUTURAL DO LAZER NÁUTICO NO ENTORNO DA "BAÍA DE TODOS OS SANTOS" PARTE II

A Marina Aratu, localizada na baía de mesmo nome (vide anexo II), depois da Bahia Marina, que é localizada abaixo da Avenida Contorno, é a estrutura náutica com maior gama de serviços na BTS. Oferece aos navegadores uma rampa para embarcações de até 300 toneladas, e uma área útil que permite futuras ampliações. É uma das estruturas com maior potencial de crescimento no universo náutico da Baía de todos os Santos.

Mesmo voltada à manutenção de embarcações da Marinha de Guerra e eventualmente da Marinha Mercante, a Base Naval de Aratu oferece certas facilidades a embarcações de pequeno porte, como as oficinas e sistema de elevador de navios, que são um diferencial importante no desenvolvimento da náutica de lazer no Estado e particularmente na BTS. 


                    NAVIO TANQUE "MARAJÓ" MB - NO DIQUE SECO BNA
                                 http://www.mar.mil.br/menu_h/noticias/05112010/03.html

Diante do crescimento dessa atividade no Estado da Bahia proporcionado por fatores macroeconômicos, como a manutenção da estabilidade dos preços e a queda na taxa de juros básica da economia, que induziram o incremento da renda das classes b e c, formando um novo nicho de consumidores, é evidente que esta demanda crescente exigirá novos estruturas e ampliação das existentes, dando suporte aos novos navegantes. Conforme a (anexo VIII) verifica-se que as entidades náuticas organizadas no Estado estão no limite de ocupação de suas vagas disponíveis.

Uma dessas áreas que podem ser utilizadas nesse sentido é o quadro formado pelo Quebrar Sul do Porto de Salvador e o antigo Cais da CNB.  Com a construção de berços de atracação no entorno interno do Quebrar Mar, desde a sede da Capitania dos Portos até a proximidade do forte de São Marcelo, essa estrutura atenderia basicamente aos veleiros que aportam em Salvador, dando suporte a marina do Terminal Turístico náutico, adjacente ao antigo Prédio da Companhia de Navegação Baiana. 

                              QUEBRA MAR SUL PORTO DE SALVADOR

Visualiza-se também a construção de um quebra-mar na área entre a Praia do Porto da Barra e o Iate Clube da Bahia (ICB). O molhe atenderia a necessidade de proteção da sede social do ICB das vagas de quadrante sul e sudoeste, com a possibilidade de criar berços de atracação para embarcações de associados ou de visitantes, observando-se a relação custo benefício quanto ao impacto do meio ambiente. Normalmente estruturas desse tipo se tornam em sua parte submersa berçário para inúmeras espécies de peixe, o que favoreceria a diversificação e aumento da fauna marinha nessa região. Os piers dos imóveis e as embarcações de pescadores localizados entre o Bairro da Vitória e a Avenida Contorno também se beneficiariam com a proteção contra as ressacas. 
                        IATE CLUBE DA BAHIA / PRAIA DO PORTO DA BARRA
                                    http://diariodoavoante.wordpress.com/tag/salvador/

A vocação náutica da Ribeira, precisamente a enseada dos Tainheiros, deve ser incentivada pelos Governos Municipal e Estadual, criando estruturas públicas para atender aos que pretendem ingressar no mundo náutico, mas não possuem recursos financeiros suficientes para manter suas embarcações em uma entidade particular, socializando assim essa atividade. 

                            EMBARCAÇÕES - ENSEADA DOS TAINHEIROS

Os aterros da Enseada dos Tainheiros poderiam ser evitados a fim de recuperar, no que for possível, o manguezal que ali existia. As praias dessa área, que não são propícias ao banho de mar, em virtude de seu fundo de lama, por conseqüência devem ser liberadas a manutenção de embarcações de madeiras a exemplo das escunas, pois, secularmente, esta faina (trabalho a bordo) foi realizada dessa maneira nas inúmeras praias das ilhas da BTS.

As autoridades públicas, que são definidoras do planejamento urbano, não devem perder o horizonte que a atividade náutica é capaz de alcançar, pois gera renda e emprego, e as especializações históricas de cada lugar podem ser mais observadas e potencializadas. 

A recuperação dos antigos atracadouros existentes nas diversas localidades da BTS é de vital importância para atendimento daqueles que utilizarão esses locais para seus passeios marítimos e para dar apoio ao turismo náutico, que atua de forma incipiente para o potencial de desenvolvimento que esta atividade pode ter.


MARGARIDA E JOSEMAR


MONOGRAFIA - EVOLUÇÃO ESTRUTURAL DO LAZER NÁUTICO NO ENTORNO DA "BAÍA DE TODOS OS SANTOS" PARTE I



A concepção do que se costuma chamar de estrutura náutica de lazer basicamente se delimita em clubes náuticos, marinas e estaleiros. No contexto da Baía de Todos os Santos, particularmente a cidade do Salvador, a exploração da atividade náutica de lazer é recente, apesar da estreita e histórica ligação dos soteropolitanos com o mar.

A primeira instituição a ser fundada com este intuito foi o Iate Clube da Bahia (ICB), em 23 de maio de 1935, no local onde funcionava a fábrica de chales Victória, na Ladeira da Barra. O ICB na concepção de seus fundadores teria que ser um local com sede social, estaleiro e guarda de embarcações (IATE CLUBE DA BAHIA 2008). Atualmente essa instituição é uma das mais representativas do universo náutico do Estado. Sua sede é capacitada para prestar serviços diversos de marinharia, com galpões onde pode ser acomoda um grande número de embarcações (anexo VIII) e com fácil acesso ao mar.  
                                     IATE CLUBE DA BAHIA
   http://www.bahianoticias.com.br/noticias/noticia/2010/10/31/77452,yacht-clube-tem-fase-de-privatizacao.html

Mais de 26 anos após a fundação do ICB, em outubro de 1961, um outro clube náutico surgia nas águas da BTS, o Iate Clube Aratu (AIC). Este Iate tem como peculiaridade a maior presença de veleiros cabinados, também denominados de oceano, entre as demais entidades náuticas situadas na BTS.

                                               ARATU IATE CLUBE
                    http://salvadorhistoriacidadebaixa.blogspot.com/2010/11/aratu-iate-clube-um-grande-clube-so-de.html

No início da década de setenta do século XX, por iniciativa de Raimundo Tourinho Dantas, foi criado o Clube do Saveiro, dando início aos primeiros movimentos direcionados à preservação dessas embarcações típicas. Nessa mesma época, o próprio Tourinho Dantas fundou a LR Turismo que adaptou inúmeros saveiros de vela de içar e escunas de carga para serem utilizadas no turismo náutico.  
 


Em 1970, Luiz Raimundo Tourinho Dantas comprou o saveiro “Estrela Dalva” para seu uso próprio e o reformou. Um barco de 14 metros que ficou bonito, requintado e bem equipado. Sua paixão o motivou tanto que não parou por ai. Reformou e construiu 10 saveiros (escunas) bem adaptados para uma empresa de turismo, a L.R Turismo, na época, de sua propriedade. Dantas foi o responsável pela fundação do Clube dos Saveiros, que apoiou todo o sistema que ressurgia (SMARCEVSKI, 1996, p. 110)


Foi o início de um novo momento para a atividade náutica na BTS, pois outros saveiros foram comprados e adaptados por particulares, além de encomendas de barcos novos. As chamadas escunas da Bahia pelo próprio desenvolvimento do turismo náutico se tornaram conhecidas no Sudeste do País e até no exterior, de onde surgiram pedidos de construção, injetando novo vigor aos diversos estaleiros de construção artesanal localizados no Litoral Baiano, que estavam em iminência de fechar pelo impacto causado pela mudança da matriz de transporte no Estado. 

            CATAMARÃO "ODARA" ATRACADO NO CLUBE DOS SAVEIROS
  Nesse mesmo período, iniciou-se a formação de uma estrutura náutica na Enseada dos Tainheiros, no Bairro da Ribeira. Além do Clube dos saveiros, surgiu o Angra dos veleiros, a Marina da Penha nas instalações da CNB. Posteriormente, a Marina dos Tainheiros, hoje denominada Píer Salvador. A Marina Píer Norte e Marina Bonfim esta situada nas instalações do antigo Estaleiro Bonfim. 

O crescimento da náutica na Bahia levou a instalação, em meados da década de noventa do século XX, da mais moderna marina do Brasil, a Bahia Marina. Com padrão internacional, este equipamento foi um divisor de águas para o desenvolvimento da atividade náutica de Lazer no Estado. A Bahia Marina esta localizada na BTS, ao pé da Avenida Contorno, no Comércio, próximo aos principais sítios históricos da Capital Baiana. É dotada de inúmeros e modernos equipamentos de lazer, a exemplo de restaurantes e lojas náuticas.


JOSEMAR E MARGARIDA