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quarta-feira, 31 de julho de 2013

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A GLOBALIZAÇÃO, UM FATO PRETÉRITO

                       

                          A GLOBALIZAÇÃO, UM FATO PRETÉRITO



Os estudiosos tentam em seus pensamentos acadêmicos oferecerem interpretações e caminhos alternativos ao processo de globalização no contexto do neoliberarismo. E, num víeis não eficaz, eles oferecem essas novas idéias a mesa dos que dominam, no sentido que estes mudem suas atitudes em pró dos dominados, o que não deixa de ser um objetivo inocente e utópico. Os registros históricos provam que os privilegiados não renegam seus privilégios em nome da repartição, simplesmente a vista do convencimento dialético, e sim por atitudes fisicamente ruidosas por parte dos não beneficiados pelo sistema vigente.

Respeitando os ilustres pensadores e historiadores,  e suas horas de estudos dedicadas à compreensão do mundo real e suas nuances ideológicas, as terminologias globalização e neoliberarismo são palavras contemporâneas, que tentam decifrar realidades seculares com se fossem fenômenos recentes. Nos caminhos da humanidade, os povos tecnologicamente mais desenvolvidos, guiados pelas necessidades naturais de expandir seus domínios, partiram para conquistas dos presumivelmente mais fracos. Isso é uma forma rudimentar de globalização.

As grandes viagens dos desbravadores oceânicos, a exemplo de Vasco da Gama, Cabral, Colombo foi uma forma de globalizar resultados, no momento em que trocavam as especiarias extraídas nas novas terras desbravadas por manufaturas do império. No mesmo período colonial quando os trópicos por razões climáticas produziam cana de açúcar e exportavam para as Metrópoles européias, era uma forma de divisão e especialização globalizada do trabalho e da produção.

O que se pode verificar é que este fenômeno não é novo, sua essência é pretérita, o que muda com o tempo é a forma do mesmo materializar-se acompanhando o desenvolvimento tecnológico da humanidade. Na verdade configura-se um formato de relação econômica entre nações, povos ou regiões, onde uma das partes angaria receitas e a outra absorve as mazelas.

Os ideólogos tentam através de formulações teóricas tornarem mais humanas e equilibradas as relações de trocas materiais e financeiras entre as nações do globo, num contexto de um novo contrato social. Concordo, no sentido de que todos participem dos ganhos promovidos pelo processo de globalização e não apenas as nações ricas.Porém não encontramos em momento algum, nas entrelinhas dos pensamentos desses teóricos, quais as maneiras que os oprimidos conseguirão estas mudanças.

O processo de internacionalização da economia, é irreversível, pois suas bases foram assentadas naturalmente na dinâmica das leis econômicas, na busca pela eficiência, ou seja foi um processo natural e não ideológico. A globalização tem movimentos próprios, e não surgiu postada em uma ideologia formulada anteriormente, é uma realidade econômica preexistente, mensurada pouco a pouco, e não esta realidade tomou vida em suas divagações teóricas.

Conforme foi dito no parágrafo anterior, ou seja, a luz própria do fenômeno da globalização e do pensamento neoliberal, talvez explique a capacidade do sistema capitalista de historicamente se superar em seus contraditórios, ao contrário da Revolução Socialista de 1917 na Rússia, que foi estribada nos conceitos teóricos de
Karl Marx e Friedrich Engels, e que hoje não reina em termos práticos em nenhuma grande nação na ordem mundial, a não ser, na enigmática Cuba de Fidel.

O capitalismo triunfou em relação ao socialismo? Não sei. Talvez seus méritos estejam na capacidade de auto se regular ou se superar, na falta de amarras, ou por ter nascido no mundo real, enquanto o socialismo nasceu na abstração das idéias no utópico. Não estou entrando no mérito, não tenho pretensão, até por falta de capital intelectual, para formular conceitos sobre qual sistema é o mais justo, ou atenda os anseios de suas estruturas sociais. Só visualizo, que pela seleção natural o modo capitalista está vivo, e seu antagônico o socialismo Marxista só continua vivo nos ambientes acadêmicos.

No final dos anos 20 e inicio dos anos 30, do século passado, o fenômeno econômico da grande depressão nos Estados Unidos da América do Norte, caracterizado pelo profundo desaquecimento da economia americana, e suas conseqüências, principalmente o desemprego, sinalizava para os socialistas o “ big ben” do capitalismo, pois os tratados dos ideólogos do socialismo indicavam que o sistema capitalista conviveria com crises cíclicas em seu âmago, em virtude de suas contradições, até o momento em que em uma dessas crises ou o apogeu delas, desagregaria o sistema.

Estavam redondamente enganados, em 1929 surge no cenário da crise o economista John Maynard Keynes, solucionando essa inércia da economia americana, através do aumento dos gastos públicos. Com essa maior presença, ou como queira maior intervenção do estado na economia, a crise foi superada.

Ora veja, no período histórico que delimitava a crise de 1929 o remédio econômico utilizado pelo capitalismo e que o salvou, foi uma maior presença do estado na economia, e hoje no mundo neoliberal o receituário preconiza a diminuição da presença do estado no mundo econômico. Não pense que são contradições ilógicas, pelo contrário são os mecanismos internos do sistema que lhe permitem perpetuar sua existência. Enquanto isso o socialismo criado no campo da abstração dialética, engessado em seus dogmas não conseguiu sobreviver no mundo real.

Os teóricos, possivelmente não tenham percebido em suas análises sobre a irreversibilidade do processo de globalização, que os modos de produção não são estáticos temporalmente e atende a uma dinâmica das forças econômicas para aquele cenário do momento. Realmente a globalização neste quadrante temporal é irreversível, mas não é para o incógnito futuro. Outros modos surgirão,quais, não sei.

O que as nações não agraciadas com os loiros da globalização podem fazer, se tiverem vontade, seria procurar se inserir no sistema, lutando pela sua fatia no bolo, já que ditos desenvolvidos querem tudo e não aceitam diálogo.

Um exemplo cristalino de vontade em sair da condição de servidão para a linha de frente do bem estar, encontramos no nosso vizinho, a Argentina, quando em 2001 a população disse não ao pagamento da dívida externa, indo as ruas protestar nas principais cidades. Na verdade o FMI não é um cordeiro nem uma tábua de salvação econômica, e sim o lobo em pele de cordeiro e a armadilha econômica, e durante décadas esse aparelho financeiro ou banco do primeiro mundo, emprestou dinheiro as nações pobres, e logo depois cobrando com acréscimos, que estão sendo pagos com a esperança e o sangue das nações pobres e seus governos tolerantes com esta extorsão.

Na França, em março de 2006, com a promulgação da Lei do Primeiro Emprego, os estudantes e os sindicatos franceses foram as ruas das principais cidades, realizando violentos protestos, pela revogação desse instrumento, pois em seu bojo constava uma cláusula permitindo o empregador dispensar sem justificativa o jovem contratado. Os franceses perceberam que este item poderia ser o primeiro passo em relação a flexibilização das leis trabalhistas.

E vejam como é profundo o fosso de conquistas sociais entre a França e o Brasil, e mesmo assim os descendentes do 14 de julho de 1789 não querem perder direitos sociais. Enquanto a sociedade brasileira vive dormindo no berço esplêndido, o governo sinaliza acabar com a estabilidade de emprego no serviço público, restringir seu direito de greve etc, tudo isso sem oferecer medidas compensatórias, ou adotar caminhos que levem ao desenvolvimento econômico.

Isto é o que penso.


Josemar Souza Santos



quinta-feira, 30 de junho de 2011

DISCERNERE, IDENTIDADE, AT VICTORIA

Cidade de São Salvador da Baía de Todos os Santos em 30 de junho de 2011

                                     DISCERNERE, IDENTITADE, AT VICTORIA

Como se torna prazeroso o firme caminhar com o vento morno da liberdade de consciência tocando suavemente nossa face e nos indicando o rumo a ser seguido em direção às possibilidades de verdades. Uns te seguirão nessa jornada, não porque queiras ter subordinados, pois seu único e soberano comando tu exerce sobre si mesmo, e sim porque suas atitudes e seus passos cadenciados demonstram segurança.

Na densa fronteira entre a abstração acadêmica e o mundo real, um aprendiz pergunta em sala de aula, usando o discernimento como bússola: Instrutor, você foi contratado pela Instituição para ensinar-me, no meu papel de “colaborador” a se tornar uma eficaz unidade produtiva, mas, até o momento não demonstrou quais instrumentais devo usar no sentido que os novos e positivos resultados auferidos sejam compartilhados por mim e minha família, favorecendo novas atitude de mudanças nas estruturas sociais.


Vamos afastar o espectro da inconsciência e nos tornamos seres determinados a sufocar o oportunismo. Se não usas o discernimento, pelo menos se guie pelo extinto de sobrevivência, pela capacidade não de banalizar-se, mas de indignar-se.

Vivemos num país onde os procedimentos econômicos e sociais junto à imensa maioria de seus habitantes beira a fronteira da bestialidade. Vamos a partir desse momento, tratarmos de outro conhecimento, ou o que a sociedade deva fazer no sentido de ser crítica em relação ao modo que a realidade é passada para ela, podendo assim modificar um mundo maior que o mundo de sua empresa, ou seja, o verdadeiro mundo social.

Em inúmeras oportunidades, os órgãos de imprensa veiculam que o Risco Brasil - a confiança que os investidores observam em relação à segurança de seus investimentos – vem caindo, e esta informação é absorvida pelo observador menos atento como um conhecimento de algo favorável à sociedade brasileira, mera falácia.



Cada vez que este indicador diminui significa aumento da miséria, menos recursos disponíveis para aplicar no bem estar do povo brasileiro, pois ele representa a falta de vontade desse mesmo povo em reagir a estas transferências financeiras realizadas a título de remuneração desse capital aqui aplicado, agiotagem em outras palavras.

A Argentina é vista pelos investidores internacionais como um país de alto risco, pois o povo argentino usando da sua capacidade de indignar-se e possuidor de uma  identidade nacional muito forte, foi às ruas para dizer não a esse modelo econômico onde as nações pobres geram riquezas para engordar as crianças do primeiro mundo enquanto as suas morrem de fome.

O povo argentino disse não a servidão e sim a dignidade.Os indicadores sociais e econômicos da Argentina são de longe superiores ao dos brasileiros. O Brasil vem realizando o dever de casa, ou desculpe, o dever imposto pelos investidores internacionais e o FMI, e em troca  possui os piores indicadores de desenvolvimento humano da América Latina.

O governo em seus comunicados informa através dos meios de comunicação que a balança de comércio brasileira foi superavitária, indicando que, exportamos mais que importamos. Este fato é passado como algo benéfico ao bem estar da nossa população, pois aumentam nossas reservas financeiras. Mais uma falácia.

Nesse ínterim, um pai de família, morando nas encostas da periferia, sem sentir o gosto de qualquer refeição no dia, desprovido de intelectualidade ou como queira de escolaridade, mais provido de identidade e discernimento, se pergunta: “todos os dias vejo esta história de superávit, e porque a condição de vida de minha família não melhora”?

A mentira: a lógica do modelo econômico imposto ao Brasil, justamente reside na obtenção de divisas estrangeiras, não para serem aplicadas em pró da nossa população e melhoria de suas estruturas e sim visando garantir a amortização da dívida externa e por conseqüência a dívida interna. Caro amigo, sabe como as autoridades do Banco Central implementam esta política monetária?

Eles mantém as taxas de juros em patamares desumanos, visando com isso restringir o acesso ao crédito, criando assim meios para que  a demanda enfraqueça internamente, porque senão não sobrará produtos para serem exportados e gerar os dólares necessários a ganância dos banqueiros internacionais. Não crescendo, também não precisamos aumentar nossas importações. A fórmula da miséria é esta.

As autoridades econômicas, comentaristas e consultores detentoras do conhecimento, usando os órgãos de imprensa vem a público informar que as taxas de juros não podem cair a nível civilizado, porque geraria uma corrida ao crédito e conseqüentemente ao consumo, resultando em um cenário de inflação.

Isso pode ser uma verdade acadêmica mas não condiz com o quadro de necessidades que a grande maioria dos brasileiros passam. Não existe inflação de demanda no nosso país, pelo contrário às necessidades, mesmo que mínimas, não são atendidas. Entenderam porque o bem estar não chega na maioria dos lares brasileiros, na verdade produzimos riquezas para sustentar os lares do primeiro mundo.

A própria lei de Responsabilidade Fiscal ao contrário do que se apregoa abertamente  como um instrumento de moralização dos gastos públicos, na verdade foi imposta pelo Fundo Monetário Internacional ao Congresso Brasileiro no sentido de garantir o pagamento da dívida externa em detrimento do bem estar dos cidadãos brasileiros.Pagam-se os juros e o resto quando sobrar aplica-se no País.Mas uma mentira que se passa aos incautos como verdade.

Outra torpeza de nossa sociedade fica evidenciado quando pagamos mais de 40% de toda a nossa renda em impostos, o mesmo que paga a população das nações desenvolvidas, sendo que nelas você tem como contrapartida serviços dignos, taxas de juros civilizadas, estradas perfeitas, hospitais públicos onde os pacientes são tratados com respeito, boas escolas, salários que permitem você viver dignamente e onde os deslizes dos homens públicos são punidos exemplarmente. Aqui não temos nada, apenas uma maquiagem grosseira.

Povo brasileiro, porque até o momento não reagistes a tanta hipocrisia? Falta assistir mais aulas de gestão do conhecimento, lembra-te que, o academicismo simples e puro beira a fronteira da inutilidade, ou queres provar a máxima que cada povo tem o governo que merece.

Como é fácil no nosso País encontrar exemplos que demonstram que a nossa sociedade permanece mais escrava do que à época da lei Áurea, e que usa vendas que não a permite perceber os ideais de Igualdade, Liberdade e Fraternidade da Revolução  Francesa, onde homens guiados pela coragem e honra não aceitavam o status de submissão e servidão, levando a cabeça dos depostas, ao cesto. Acreditar em seus ideais é um passo enorme na busca da justiça social.

A idéia que tentamos passar através deste texto é que devemos ser críticos em relação a qualquer informação que nossos sentidos absorvam, venham de onde vier, por intermédio de quem quer que seja. Tudo é certo e tudo é errado. O que é ético para uma civilização pode ser imoral a outra. Qual doutrina religiosa é verdadeira? Qual o convicto que devemos seguir?  Onde se encontra a fronteira entre a loucura e a sanidade?

A todo instante os ventos da relatividade varrem a nossa existência e a história da humanidade. A liberdade de consciência se torna uma bússola confiável o suficiente para nos guiar em nossa caminhada em direção ao norte que é a verdade de todas as mentiras.

“Multiplicai os zeros quantas vezes quiserdes sempre valerão zero; amontoai nadas e a nada chegareis, nada, nada.

Nada, eis aí o programa da maioria dos homens” , Do livro “O Grande Arcano”.


Isto é o que pensamos.


Josemar Souza Santos

ECONOMISTA - CORECON 2065